sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

JOÃO EVANGELISTA






São João, filho de Maria

Após a Ascensão de Jesus, João permaneceu ao lado de Maria por vinte anos, aproximadamente. Do ano 30 até 36, após Pentecostes, João, então, com vinte anos, esteve bem próximo a Pedro e o acompanhava por quase toda parte, no período da primeira evangelização de Jerusalém, como atestam os Atos dos Apóstolos. Inclinado pelo caráter e pela pouca idade, ele permanecia silencioso, até a perseguição que se seguiu à exoneração de Pôncio Pilatos, obrigando os Apóstolos a retirarem-se da cidade.

Com certeza, a partir do ano 37, João levou a Virgem Maria para, juntos, se estabelecerem em Éfeso, como testemunha a sólida tradição local, citada e lembrada em 431, através da carta oficial que os Padres do Conselho de Éfeso enviaram a Nestório. Porém, curiosamente, João e Maria não fundaram a Igreja em Éfeso, e sim Paulo é que o teria feito, dezessete anos mais tarde, tendo passado dois anos no local.

Como explicar tal fato, quando é sabido que todos os outros Apóstolos aproveitaram da imposta dispersão, para fundar as Igrejas e divulgar a Boa Palavra? Parece que João e Maria inauguraram, em Éfeso um novo modo de viver, não um apostolado direto, mas uma vida mergulhada no silêncio e na oração. Usando a linguagem simbólica do Apocalipse, podemos dizer que a Mulher perseguida pelo Dragão fugiu para o deserto, onde Deus lhe havia preparado um refúgio e em tal lugar, ela seria alimentada por mil duzentos e sessenta dias. "Neste deserto, levando vida retirada e escondida, Maria foi amparada por Deus durante alguns anos." (Ap 12, 6)

Jesus confiou João à Virgem Maria, para que ela cuidasse dele como seu filho, e a Virgem, obediente, fez com que ele vivesse em Éfeso, assim como fizera com Jesus, tendo vivido com Ele em Nazaré, fazendo-o crescer e permanecendo ao seu lado durante os trinta anos de vida retirada e oculta, naquela cidade. A "Casa de Maria", em Éfeso, é, de certa forma, um primeiro mosteiro, onde João emprega seu tempo no aprofundamento intenso do mistério de Cristo, ao lado de Maria, levando uma vida de silêncio, oração e contemplação, o que irá gerar imensa posteridade, visto que a Igreja Mariana, a Igreja dos religiosos e religiosas, centrada na vida de oração, contemplação e aprofundamento do mistério de Cristo, longe do mundo, no silêncio de uma vida retirada, se liga, de certa forma, aos momentos vividos por Maria e por João.

Os primeiros monges tratavam João como se fosse um verdadeiro "pai", observação mencionada por Evagrio, o Pôntico. Epifânio, de Salamina, o confirma, dizendo que eles se reuniam "para imitar a vida de Maria e de João, em Éfeso" (regra monástica das Agapetas). Mais tarde, Santo Agostinho e muitos outros designaram, em São João, o modelo de vida contemplativa: "João está na origem da nossa mais alta espiritualidade. Como ele, os 'silenciosos' conhecem esta misteriosa permuta de corações; eles invocam a presença de João e seus corações se inflamam" (Atenágoras, Patriarca Ecumênico de Constantinopla).




Segundo Diálogos com Atenágoras,
O. Clément, Turim, 1972, p. 159.


Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sois Vós entre as mulheres, bendito é o fruto de Vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte.
Amém.

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