segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009



2 de fevereiro
Apresentação do Menino Jesus no Templo e Purificação de Nossa Senhora

O Evangelho de São Lucas narra que, depois do nascimento de Nosso Senhor e decorrido o prazo que a Lei mosaica estabelecia para a purificação das mulheres que davam à luz, Nossa Senhora e São José levaram o Menino Jesus ao Templo para O apresentarem a Deus, conforme também prescrito na Lei. Na ocasião, Maria Santíssima ofereceu ao Senhor o sacrifício ritual de dois pombinhos, estabelecido para a purificação de mulheres pobres. Jesus e Maria não estavam sujeitos à Lei, mas quiseram observá-la por amor à humildade e para nos dar o exemplo.


Purificação da Virgem Santa


Que purificação? (I)

O relato da Apresentação, de Lucas, o Evangelista, é o ápice e a realização do Evangelho da Infância. A Virgem Maria que havia meditado, profundamente, sobre os acontecimentos extraordinários, vividos, contou-os a Lucas, sem alterar os fatos, mas envolvidos por uma luz particular que ilumina o sentido completo, plenário. As primeiras palavras do relato de Lucas (2, 22) manifestam-se de forma surpreendente: historicamente, parece tratar-se, apenas, da purificação de Maria, à qual as mulheres eram submetidas, obrigatoriamente, "quarenta dias" após o nascimento do filho, pois eram consideradas impuras, devido ao sangue decorrente do parto e assim, naquele período, excluídas do sagrado.

Era isso que a Virgem, toda pura, em princípio, deveria cumprir no Templo, mas o texto de Lucas nada diz sobre tal e, surpreendentemente, fala, não da "sua" purificação, mas da purificação "deles": "Quando se completaram os dias para a purificação deles, segundo a Lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém a fim de apresentá-lo ao Senhor" (Lc 2, 22).

Este "deles" desconcertou os exegetas que viam, às vezes, na passagem acima, um equívoco de Lucas, o pagão inculto da lei judaica. "Ele deve ter cometido um erro!" As traduções, inclusive a nossa tradução litúrgica, às vezes modificam o texto inspirado, para restituir a Maria "a sua purificação".

Contudo, os exegetas que respeitam os textos sagrados e a inerência bíblica, buscam, paralelamente, uma explicação exegética, mais ou menos laboriosa. Se não se trata de Maria (que não precisa disto!), a quem associar esta purificação?



Extraído de Vie Authentique de Marie (Vida autêntica de Maria) do Padre René Laurentin
Editions de l´ oeuvre Spirituelle, Paris, 2009, pp. 389-402

http://www.mariedenazareth.com/

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