O ROSARIO

O Rosário preenche as condições de uma oração eficaz (I)

Suponhamos que utilizamos o Rosário para algo que necessitamos com premência - como, por exemplo, a cura de nossa saúde ou a de outra pessoa que nos é próxima. A prática do Rosário realiza as condições mais propícias para alcançar o que se almeja:

"Se a oração, por sua própria natureza e em virtude da promessa de Cristo - avalia Leão XIII - nos encaminha a Deus, a fim de solicitar o seu socorro, bem sabemos que existem duas condições para que ela se torne eficaz: basta perseverar na oração, rezando constantemente, e rezar em grupos, unindo-nos a outras pessoas... Essas duas atitudes condizem perfeitamente com a prática do Rosário.

A contínua repetição dos Pai-Nossos e das Ave-Marias pode ser considerada como perseverança?

Há algo mais a dizer; insistir nas mesmas palavras, supõe, de um lado, a confirmação de não termos sido atendidos desde o primeiro apelo. Por outro lado, a certeza crescente, à medida que renovamos estas preces, de que, tendo assim observado o conselho do Senhor, nós seremos atendidos: "Tudo o que pedirdes na oração, crendo, o recebereis (Mateus 21, 22). Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito (João 15, 7)."

Assim, esta constante e infatigável repetição das mesmas fórmulas, conota um ambiente de humildade e de confiança, que atrai a graça de Deus.

O Rosário preenche as condições de uma oração eficaz (II)

Trata-se de um aspecto comunitário do santo Rosário. Conhecemos, segundo relata o Evangelho, o poder da oração, quando rezada em grupo. Leão XIII discorre sobre o pensamento de São Tomás de Aquino, ao ponderar sobre esta afirmação: "Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles" (Mt 18, 20). Diz São Tomás: "Seria impossível que as orações realizadas em comum não fossem atendidas, se estas não formassem uma única prece."

O Rosário não se presta apenas à recitação em comum, mas se constitui, eminentemente, na única Confraria, na qual encontra seu pleno desenvolvimento a integral expansão do método de formação cristã e, igualmente, de oração eficaz.

Ele se adapta perfeitamente à recitação pública, o que lhe acrescenta, além disso, a mais-valia. Eis as palavras de Leão XIII: "Para obtermos o socorro do Céu, as orações são mais poderosas que nunca, quando feitas publicamente, com perseverança e em pleno acordo, por grande número de fiéis, formando, juntos, um coro único de suplicantes."

Benoit Thierry D´Argenlieu, A Teologia do Rosário

in Maria, estudos sobre a Virgem Maria, Volume V